IAPI: O RESSSURGIMENTO DA FÊNIX! parte primeira.

IAPI: INSTITUTO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DOS INDUSTRIÁRIOS!

 IAPI, é assim que nós belohorizontinos de nascença ou de coração (meu caso) chamamos o Conjunto Habitacional IAPI. Eu conheço o residencial IAPI desde os anos oitenta quando o conjunto passou a fazer parte do caminho que eu fazia até o grupo escolar onde  dava aulas, cara grudada na janela do busão, mas o IAPI é história viva de Beagá, um patrimônio!

Quando o busão desce o viaduto vindo do centro em direção à Pampulha, o que se vê inicialmente do IAPI é que ele está abraçado por um cinturão verde e ao longe se divisa a torre da igreja de São Cristovão, padroeiro dos motoristas e protetor dos moradores da região e do conjunto.

De longe parece que o IAPI está imerso numa floresta ora muito verde ora verde-rosa como a Mangueira de dona Zica e mestre Cartola.

Quando a gente vai chegando perto, bem de perto, aí então descobrimos que agarradinho ao IAPI está o Mercado Popular da Lagoinha -foi restaurado, mas outro patrimônio que precisa ser mais cuidado-; o Depósito da Lagoinha (prédio da polícia civil para onde vão os detidos); o Hospital Municipal Odilon Behrens e a antiga escola Municipal (desativada)  reformados. Com a duplicação da avenida Antônio Carlos o IAPI e seu entorno ficaram mais a vista. Finalmente, quase circundando todo o conjunto IAPI está a PPL- Pedreira Prado Lopes, uma comunidade imensa que tem sua história _ assim como o IAPI e anterior ao conjunto_ agarrada à construção da nova capital  do estado de Minas gerais, Belo Horizonte, nos finais do século XIX. Boa parte da matéria-prima para a construção de Beagá saiu aqui da PPL.

O verde não apenas protege e embeleza o IAPI como serviu por muitos anos para camuflar o descaso dos desadministradores de BH com patrimônio de tão importante valor histórico! Quantas vezes me entristeci ao ouvir passageiros dentro de busão falando da "feiúra" do IAPI, da necessidade do governo dar um jeito e mandar abaixo o conjunto, mais feio que pombal, junto com a duplicação! E todas as vezes entrei na conversa e dei aulas...

Imagine só! Se a duplicação da avenida Antônio Carlos passou trator e pôs abaixo o cinema, também patrimônio histórico, do outro lado da rua, oposto ao IAPI imagine se a sugestão adolescente chega-lhes aos ouvidos? Teríamos um super shopping, provavelmente genérico e junto com o conjunto viria abaixo a favela PPL!

Na foto 1: Mercado Popular da Lagoinha, foi restaurado uma vez desde que cheguei a Berizonte nos anos oitenta.

Foto 2: em destaque o Depósito da Lagoinha, prédio da polícia civil.

Belíssimo pôr-do-sol no IAPI.  A mata (vejo assim), a torre/relógio da igreja São Cristovão e ao fundo a PPL! De tirar o fôlego...

Em março de 2010, quando o governador Aécio Neves inaugurou a última etapa de duplicação da Antônio Carlos (diga-se de passagem: feita a toque de caixa e inaugurada caindo aos pedaços... literalmente (pois o acabamento  da construtora Andrade Gutierrez/Mello Barbosa é um lixo) DESISTI do sonho de ver o IAPI restaurado! Se a obra da avenida saiu uma meia-boca...

Em 2011, agora no início do ano, minha filha me acordou no banco de trás do carro para ver novidades no IAPI. Levantei zonza e olhei pela janela e foi isso aí acima que vi.

Na volta do trabalho, grudei nariz na janela do busão e foi isso aí que vi...

Uma LUZ, uma graça divina banhando, para a alegria de moradores e de amantes de Beozonte e sua história, O IAPI! Um arco-íris de cores, TINTAS CORAL e outras empresas, ressuscitando não apenas um patrimônio para moradores, mas um pedaço de valor histórico inestimável para Beagá, Beozonte, Belorizonte, Berizonte, Belô! Tal qual uma fênix, o IAPI vem ressurgindo com todo esplendor!

Mas essa parte da estória para por enquanto aqui (meu braço, do lado mastectomizado, está a doer pra caramba) rsrsrs.

SALVE IAPI! SALVE MORADORES DO IAPI! SALVE EMPRESAS QUE COLOCAM COR NESTE FILME PRETO E BRANCO DA "DESADMINISTRAÇÃO" DAQUI!