BEAGÁ
NO CAMINHO DA COPA
www.google.com.br Apesar dos seus vários horizontes, oficialmente os administradores de Belo Horizonte sempre optam por mostrar apenas um ponto de vista ou seja, "Beagá a primeira vista"!
Marina da Silva
A capital mineira, Beagá, também
conhecida como Belô, Bezonte, Berizonte, BH e Belo Horizonte é uma das metrópoles
brasileiras escolhidas para sediar os jogos da World Cup 2014. Conhecida por
seus belíssimos horizontes e que são muitos, a cidade, no entanto não dispensa
apresentação, principalmente dos horizontes assim não tão belos. Abraçada pela
serra do Curral ou o que restou dela, Belô, antiga Curral d’El Rei, hoje
cristaliza um processo de ocupação para além do planejado no final do século
XIX.
Idealizada como sede administrativa
do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte nascia “ordenada,
funcional, saudável e moderna” _ ou pelo menos era esse o sonho projetado pelos
engenheiros _ em 12 de dezembro de 1897.
Até os anos 30 era
cantada pelos poetas como a Cidade jardim.
A partir da instalação das primeiras indústrias e do fortalecimento do comércio
nos anos 40 e 50, Belo Horizonte foi perdendo de forma progressiva as
características de cidade administrativa e foi ganhando cara de cidade grande. Nas décadas de 60 e 70 intensifica-se o
movimento de urbanização, a expansão do comércio, serviços e atividades
financeiras.
www.google.com.br/images. ANOS 70. 1 milhão de
habitantes E UM CRESCIMENTO DESORDENADO DE TUDO, menos de estruturas urbanas para satisfazer as imensas demandas da população.
Ao crescimento acelerado da economia se junta
o crescimento desordenado: da população, da verticalização da cidade, das
favelas, da desigualdade e de graves problemas sociais. Com os anos 80 vem o
esgotamento do sistema de transporte, saúde, educação, segurança, etc, etc e
tal também!
Na inauguração em 1897
Belô tinha 10 mil habitantes; em 1939 atingia a meta da população ideal,
200mil, na projeção de Aarão Reis; nos anos 70 bate a casa de 1 milhão de
pessoas, atualmente a cidade abriga cerca de 2.412.937 habitantes.
Foto Marina da Silva, a cidade vista a partir do Viaduto São Francisco(2011). Esta é a avenida Antônio Carlos em processo de duplicação/destruição da obra desde 2003! A obra é uma história sem fim e um sorvedouro do dinheiro público! Observe o congestionamento de carros provocados pelas "obras"! Em 2001/02 Belo horizonte sofria com cerca de 700 mil veículos, dez anos de obra e continua o sofrimento, SÓ QUE com 1 milhão e 500 mil veículos! DESADMINISTRAÇÃO, INCOMPETÊNCIA, PÉSSIMO USO DO DINHEIRO PÚBLICO!
Super populosa, os
problemas de Beagá não diferem dos problemas das demais metrópoles do país:
crescimento desordenado, inúmeras favelas, concentração de riquezas, pobreza, miséria, violência e
desigualdade social, um péssimo e saturado sistema de transporte público
convivendo simbioticamente com o transporte perigoso e ilegal de perueiros e
mototaxistas.
O boom de crescimento
não foi acompanhado pelo fornecimento de infra-estruturas de habitação,
saneamento, educação, transporte, saúde e demais serviços públicos essenciais à
expansão sustentável da cidade. Nos anos noventa Beagá passa por uma
reorientação política/administrativa que busca não só envolver a população na
solução dos problemas como conferir cidadania aos habitantes através da
ampliação da participação na resolução dos mesmos. É deste período o Orçamento
Participativo, o Bolsa-escola, a escola plural, ampliação do acesso à cultura
através dos festivais internacionais de teatro e dança (FIT e FID), festival de
teatro e cinema a preços populares, além de outras ações como a rede ABC
(alimentos a baixo custo) e restaurantes populares. Orientação que foi diminuindo ou realizando-se na orientação meia-boca, povo/gado, pão e circo e outras antigas formas de tratamento eleitoreiro e populista e clientelista direcionadas aos cidadãos!
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Belo Horizonte não só
fugiu da Contorno como avançou para as cidades vizinhas formando a grande
Beagá, uma região metropolitana com 34 municípios, 4.939.05 habitantes, 3
municípios (Contagem, Betim, Ribeirão das Neves) concentrando uma população de
1.352.860 habitantes.
A escolha da cidade para
sediar jogos da Copa Mundial em 2014 trouxe euforia e esperanças à população,
principalmente no que se refere à saúde e ao transporte público. Mas logo de
cara os desadministradores de Berizonte descartaram a possibilidade da
construção de novas linhas de metrô com a desculpa de sempre: falta de verba -
mesmo com os bilhões do PAC-copa.Programa de Aceleração do Crescimento para
investir em infra-estrutura- e tempo hábil para a construção e nos jogou o lero-lero em inglês, Bus Rapid transport (uma piada de mau gosto que ultrapassa 365 dias, muitos milhões de reais, a causa de destruição da obra de duplicação da avenida Antônio Carlos)!
Fotos Marina da Silva: Esta obra teve início em 2003 e até ontem está inacabada tanto pela péssima qualidade da mesma como pelas constantes "intervenções" para consertar ...xapralá!
Conhecidos como os
“come-quieto” e “trabalha em silêncio” os políticos na administração mineira
governam, há alguns anos (final dos anos 90 até hoje), a la Martinho da Vila, ou seja, trabalham devagar, devagar,
devagarinho em descompasso com o crescimento econômico da cidade, do estado de
Minas Gerais e da potência Brasil!
Neste século XXI que
apenas desponta, obra pública virou literalmente cabresto eleitoral e opera no
modo lento com a função de garantir o voto do gado nos interstícios eleitorais,
inicialmente, e aliado às maravilhosas oportunidades de má versação do dinheiro
público (leia-se roubo descarado, altos níveis de corrupção)!
Quando o assunto são
obras o tempo aqui nas Alterosas flui geologicamente, em milhares de anos! Estou
sendo dura? Claro...que sim! E está lógica vem garantindo o desvio de milhões e
mais milhões das verbas públicas em obras meia-boca, fuleiras, de
quinta-categoria feita por empresas “suspeitas” e seu braço de "terceirizadas"!
Para a construção de
Itaipu, maior hidrelétrica brasileira foram gastos 9 anos (início efetivo em 1975
e inauguração em 1984); o Eurotúnel, uma das maravilhas modernas com mais de 50
km (30 km submersos no canal da Mancha) ligando França e Inglaterra levou 7
anos para ser concluído;01 ano (março/11 a março/12) foi o tempo que levou o Japão
para por ordem nas áreas devastadas por um tsunami. Já a simples duplicação da
Avenida Antônio Carlos _ 3,9 km _ ligando o centro à lagoa da Pampulha- um dos
caminhos para o Mineirão, estádio onde ocorrerão jogos da Copa é um transtorno
que se prolonga no tempo irritando quem usa este corredor no dia-a-dia. As
obras se iniciaram em 2003 e anda a passos lentos com breves aceleradas próximo
às eleições que garantiram eleição e
reeleição de políticos como prefeitos, governadores e vices e em 2010 foi usada para encher a bola de candidatos a governador, senador e presidente da
república! Quatro anos depois (2008) e estavamos ainda no início da segunda
etapa! Detalhe: o prazo de conclusão era início de 2011! Realmente não houve
tempo hábil para terminar a duplicação com qualidade, uma obra de primeiro
mundo, mas serviu para eleger uma gang, ops, políticos e ficou pronta a tempo
de se desmanchar tudo para construir as obras para a Copa 2014!
A obra que serviria para desafogar
um tráfego já hipersaturado no início dos anos 2000 (mais de 70 mil veículos
trafegavam por esta via) quando estiver pronta já estará obsoleta pelo contínuo
crescimento da cidade (hoje circulam mais de 1 milhão e meio de veículos).
Verdade seja dita, o trecho duplicado (que já foi recapeado) deu uma limpada geral na feia imagem da avenida, antes lotada de construções velhas e caindo aos pedaços, muitas servindo como abrigos para a Cracolândia e deixou a vista Beagá e alguns de seus horizontes. Se “BH a primeira vista impressiona” a cidade real, olhada bem de pertinho sem truques e fotoshopadas, não resiste a uma boa olhada, imagine então se fosse realmente fiscalizada!
Verdade seja dita, o trecho duplicado (que já foi recapeado) deu uma limpada geral na feia imagem da avenida, antes lotada de construções velhas e caindo aos pedaços, muitas servindo como abrigos para a Cracolândia e deixou a vista Beagá e alguns de seus horizontes. Se “BH a primeira vista impressiona” a cidade real, olhada bem de pertinho sem truques e fotoshopadas, não resiste a uma boa olhada, imagine então se fosse realmente fiscalizada!
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